Duas mãos intrelaçadas
Em sorrisos de mil desejos,
Entre visões criadas
Escapadas daqueles beijos
Que nunca tos dei,
Mas sempre imaginei...

Penso em ti
Como se estivesses aqui
Sentada, bem a meu lado.
É verdade! Porque haveria
Eu de estar calado?

Penso em ti
E gosto disso,
Pois faz-me voar
Ainda que sob feitiço
Disfarçado de sentimento
(E que de tão forte que é,
Extingue o desolamento
Ditador no meu coração).

Assim és tu.
Assim é a paixão.

Oh tempo,
Tu que és a sentença
Do meu julgamento...
Tu, que me trais
A  cada instante
E não tens remorsos
De me ver cada vez
Mais distante
Do meu amor!

Sim, tu!
Tu que me roubas as horas,
Que me gozas por segundos,
Que se ri de mim
Por me desencontrar sempre
Da pessoa cuja estou a fim!

Mas não te odeio, tempo.
Não tenho porque o fazer...
Pois enquanto te divertes,
Eu, aprendo a crescer.

Uma troca num olhar
De um vislumbre do passado,
Em que à distancia me mantive
Mas que hoje faz de mim um apaixonado.
Porém, a estoria da historia
Já eu sei com que cores a pintar
Numa noite sem estrela,
Que à minha belém me possa guiar...

É bonito o que partilhamos
Sempre dentro do respeito,
Mas é com esforço que mantenho
O meu coração aqui no peito...